Tarde demais para começar a perseguir seus sonhos? Melhor rever seus conceitos!
- upservicos
- 21 de mar. de 2016
- 12 min de leitura

Esse post foi feito especialmente para você, que acha que, depois dos 30, 40, 50, 60, 70 ou 80 anos, acha que é tarde demais para dar uma guinada na vida e começar a ir atrás de seus sonhos.
Todos nós sabemos de histórias incríveis de pessoas que conseguiram fazer sucesso no mundo dos negócios e da vida de modo precoce. Mark Zuckerberg criou o Facebook com 19 anos. Steve Jobs fundou a Apple aos 21 anos de idade. Warren Buffett, então, nem se fala… começou sua carreira de investidor aos 7 anos, quando pediu de presente de Natal ao seu pai um livro sobre títulos públicos; aos 8 devorou o livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie (a fim de melhorar suas habilidades de comunicação interpessoal, haja vista que se considerava muito tímido… isso aos 8 anos, tá?); aos 9 lia a coluna “The Trader“, da revista Barron´s, além de todos (eu dissetodos) os livros da estante do escritório de seu pai, onde gostava de passar o tempo; aos 10, visitou Wall Street, tendo tido a incrível coincidência de se encontrar com o dono do lendário banco de investimentos Goldman Sachs (do qual se tornaria sócio décadas depois); aos 11, comprou suas primeiras ações; e aos 14 (ufa!), fez sua primeira declaração do imposto de renda.
Bill Gates fundou a Microsoft com 19 anos de idade, e Mozart, aos 8 anos, já compunha óperas.
Aí, você lê essas histórias de gênios da precocidade, e se considera velho demais aos 25 anos de idade para dar uma guinada em sua vida e começar a ir atrás de seus sonhos. Hã? Como assim “velho”? Já passou dos 30 e “acha” que ainda não dá mais tempo de dar uma guinada de vida. Será? Chegou aos 40 e acha que não é possível começar uma nova carreira? Fincou o pé nos 50, ou mesmo nos 60, ou ainda nos 70, quem sabe nos 80, e acha que já passou da idade de começar uma coisa diferente, se satisfazendo em assistir Animal Planet?
Créditos da imagem: Free Digital Photos
Meu amigo, minha amiga, vou te contar um segredo, que na verdade não é segredo:enquanto há vida, há esperança.
Vou mostrar a você histórias de pessoas extraordinárias que deslancharam em suas vidas muito, muito após a juventude – em alguns casos, décadas após.
Vou mostrar a você que idade e “décadas nas costas” não são empecilhos para coisa nenhuma.
O que é obstáculo, o que é empecilho, na verdade, está única e exclusivamente em sua mente, e – isso sim – pode ser facilmente removido com as atitudes certas e os pensamentos certos.
Pare com essa mania de achar que você já supostamente “passou da idade”. Pare de inventar desculpas para não agir. As pessoas que mencionarei abaixo agiram e não se importaram com a idade para ter sucesso na vida. Elas não inventaram desculpas.
Ele começou aos 55 anos. Inventando a Coca-Cola.
Para iniciar, nada melhor do que uma história de impacto. Acreditem se quiser: a marca mais famosa do mundo – e provavelmente de todos os tempos – foi criada por um sujeito que já tinha 55 anos: John Pemberton. E engana-se quem pensa que a ideia foi sendo trabalhada desde sua juventude (afinal de contas, ele tinha estudado medicina e farmácia). Na verdade, sua invenção foi produto de seus pensamentosdepois de voltar da Guerra Civil norte-americana:
“Após voltar como um herói da Guerra Civil, ele assumiu uma nova paixão: criar uma nova bebida que seria um tanto refrescante, quanto uma bebida que serviria de remédio para dor de estômago. E então, um dia, em maio de 1886, aos 55 anos de idade, no interior de sua oficina, ele criou o primeiro lote de que se transformaria na mais ácida bebida, a Coca-Cola.”
A bebida mais famosa do mundo surgiu de uma mente de… 55 anos de idade (imagem: Wikipedia)
A lição é clara aqui: inovação não tem data de validade cerebral. Só será muito tarde quando…bem… quando for realmente muito tarde. Ou seja, quando ocorrer a morte (curiosidade: John Pemberton morreu apenas 2 anos após ter inventado a Coca-Cola).
WhatsApp: ideia de um cara de 35, e de outro de 37 (que foi rejeitado para trabalhar, como *empregado*, no Twitter, e no próprio Facebook).
Nos dias atuais, só porque o Facebook, Instagram e Apple foram criados por pessoas bem jovens, muita gente acha que as melhores ideias digitais são produto única e exclusivamente de pessoas jovens, quase adolescentes.
Então essas pessoas não conhecem Jan Koum e Brian Acton, que, aos 35 e 37 anos, respectivamente, criaram esse app que quase tudo mundo hoje em dia usa, o WhatsApp, o qual foi comprado recentemente pelo Facebook pela astronômica quantia de US$ 16 bilhões, o equivalente à soma do PIB de 22 países.
O curioso é que Brian Acton foi, antes de 2014, rejeitado, ao procurar emprego, primeiro no Twitter, e depois no próprio Facebook.
Em 23.05.2009, então com 37 anos, ele escreveu no Twitter: “Fui rejeitado no Twitter. Tudo bem. Teria sido uma longa jornada”.
Em agosto do mesmo ano: “O Facebook me rejeitou. Foi uma grande oportunidade de me conectar com pessoas fantásticas. Espero ansioso a próxima aventura”.
Ah… as voltas que o mundo dá…
Alguém pode se tornar estrela mundial da música só a partir dos 52 anos de idade? John Scatman provou que sim. Pode.
Se você nasceu no começo dos anos 80, provavelmente ouviu bastante essa música (e não entendeu nada da letra):
Pois bem.
O sujeito aí de cima, John Scatman, só alcançou o estrelato mundial depois dos 50 anos de idade. Uma prova contundente de que, mesmo no meio artístico, é possível alcançar o sucesso mesmo após várias décadas performando praticamente como um desconhecido da grande audiência.
Tornando-se um maratonista. Aos 50. Drauzio Varella. Como!?
Sim, eu também quase não acreditei quando eu soube dessa história. O Drauzio Varella é mais conhecido por ter popularizado a medicina no Brasil, através de programas de rádio e TV.
Eu, como quase não assisto TV, o conheci no final dos anos 90 através do excelente livro “Estação Carandiru” – literatura de primeira qualidade (vencedor do Prêmio Jabuti de 2000) – o que só prova a versatilidade do sujeito (que tem 11 livros publicados).
Drauzio Varella: começou a correr maratonas ao completar meio século de vida, ou seja, 20 anos atrás. E contando…
Mas Drauzio Varella tem uma faceta (mais uma!) que até há pouco tempo eu desconhecia: o médico (que tem sete décadas nas costas, eu disse sete, faça as contas…..rsrs) é um maratonista, sendo que o mais impressionante disso tudo é que ele começou a correr maratonas depois dos 50 anos de idade!
Destaco alguns trechos da entrevista que ele deu para a Runners World:
“Quando eu estava prestes a completar 50 anos, um amigo me disse que naquela idade começava a decadência. Então resolvi fazer alguma coisa legal para comemorar a data e tive a ideia de fazer uma maratona. Já comecei a correr pensando nos 42 km.
Pouco tempo depois, outro amigo me passou um programa de treinos e fui seguindo como podia. No fim daquele ano, corri a Maratona de Nova York em 4h01. Isso foi em 1993, e desde então já participei dessa prova mais umas sete ou oito vezes. Também já corri em Chicago, Berlim e Joinville — meu melhor tempo é de 3h38, em 1994, em Nova York.
A maratona é minha distância preferida. Ninguém corre 42 km sem estar preparado, todo mundo ali sabe o que está fazendo, então existe muito mais respeito. Já participei de alguns revezamentos e provas menores, mas não gostei. Também fiz a São Silvestre e detestei, achei uma bagunça.
Treino duas vezes por semana no Parque do Ibirapuera e nos fins de semana procuro correr no Minhocão ou no centro da cidade. Aí vario os trajetos: passeio pela praça da Sé, largo de São Bento, Mercado Municipal. Cada treino varia entre 15 e 25 km, depende de quanto tempo tenho.
Sempre levo meu tênis quando vou viajar. Tem coisa mais gostosa do em um dia de congresso você se levantar cedinho para treinar? Corro 2 horas e depois passo o resto dia sentado, sem culpa, ouvindo as pessoas falarem sobre os assuntos de que eu mais gosto. É uma delícia. Para mim, a corrida é um antidepressivo maravilhoso. Sou muito agitado, faço muitas coisas e a corrida também me ajuda a relaxar. É o momento em que fico em contato comigo mesmo, vejo minhas limitações, e isso me deixa mais com o pé no chão. Por isso não corro ouvindo música e prefiro treinar sozinho.
Não tenho nenhum cuidado especial com alimentação. Antes do treino, bebo uma água de coco ou como uma fruta. Depois tomo café com leite e como pão, azeite e tomate. Não estou convencido de que existe um benefício real nesses géis e vitaminas, aminoácidos. Durante a maratona só bebo água, não tomo nem isotônico. Como cortei açúcar da minha alimentação há 34 anos, tenho medo de ficar enjoado e passar mal.
Quem faz atividade física tem um envelhecimento muito mais saudável.Tenho quase 70 e não tomo nenhum remédio, peso 3 kg a mais do que na época da faculdade. As pessoas dizem: “Você é magro, hein? Que sorte!” Não é sorte, tenho que suar a camisa todos os dias.
Se você não consegue fazer exercício de jeito nenhum, pelo menos tem que ter consciência de que está vivendo errado, que não está levando em consideração a coisa mais importante que você tem, que é o seu corpo (destaquei)”.
Que exemplo de vida fantástico… e começou a correr aos 50, viu? E você, até quando vai ficar encostado no sofá? (se quiserem ler o depoimento do Drauzio sobre ter corrido a maratona do Rio de Janeiro, ano passado, aos 70 anos de idade, acessem esse link. Simplesmente imperdível).
Criando o Skype. Aos 19? Não. 23? Não. 28? Também não. Então quando? Aos 37 anos de idade.
Outro exemplo notável, da área de tecnologia, de pessoa não tão jovem assim que criou um produto revolucionário é o sueco Niklas Zennstrom, que inventou o pioneiro e mais famoso serviço de telefonia via Internet, o Skype, aos 37 anos de idade. Antes disso, ele já havia criado um programa de compartilhamento de arquivos que muitos leitores nascidos no começo dos ano 80 também devem se lembrar: o Kazaa.
Niklas continua atuando como investidor na área de tecnologia, e ainda quebra outros dois paradigmas para seu êxito nos negócios digitais: sua base de negócios não está no Vale do Silício, mas na Europa, e sua formação intelectual foi quase integralmente feita também na Europa, e não no Vale do Silício.
Niklas Zennstrom: uma prova incontestável de que, mesmo no acirradíssimo mundo da tecnologia digital, o começo de negócios inovadores pode se dar perto dos 40 anos (Imagem: Wikipedia)
Outra característica notável de Niklas, e que certamente contribuiu para a lapidação de uma mente criativa, é a sua versatilidade, uma vez que ele fez duas graduações em áreas completamente distintas do saber humano: ciências humanas e ciências exatas, ou seja, Administração de Negócios e Engenharia Física.
Ele vendeu uma casa para poder pagar as despesas e continuar estudando. E passou num concurso de Juiz do Trabalho. Aos 45 anos!
Uma parcela significativa dos leitores do blog está se preparando para concursos públicos, e, nesse terreno, existem vários mitos, sendo que o principal é que “não se consegue passar num concurso público se eu for muito velho, pois estarei competindo com jovens recém-saídos da faculdade com todo tempo do mundo para estudar”.
Balela.
O que está acontecendo no Brasil é justamente o inverso: proporcionalmente, são as pessoas “mais velhas”, digamos assim, que estão conseguindo ter mais sucesso nos concursos públicos, não só porque as pessoas mais maduras conseguem ter mais capacidade de foco e concentração, mas também porque, em muitos casos, eles priorizam a preparação como uma verdadeira questão de “necessidade”, de sobrevivência, ao contrário de muitos jovens, que sabem que, se não forem aprovados dessa vez, poderão continuar a morar na casa dos pais, sem despesas para bancar.
E a história do Juiz do Trabalho Leodor Machado é emblemática desses “novos tempos”. Na época em que ele estava se preparando para o concurso público, o então estudante Leodor chegou a vender sua casa para pagar as despesas.
Ele conseguiu a aprovação num dos concursos públicos mais difíceis do Brasil, que é o de Juiz do Trabalho, aos 45 anos de idade, e isso depois de passar por difíceis reprovações em outros concursos, um inclusive na prova oral em que até então estava classificado em primeiro lugar.
Outro dado interessante é que ele ficou mais de dez anos sem estudar, e teve que planejar e executar muito bem sua volta aos estudos, num ambiente de extrema competitividade, como é o dos concursos para a magistratura.
O depoimento completo dele pode ser lido nessa página do site Concursos Públicos.
O cara criou um negócio de vender lanches de comida rápida, com hamburguer, aos 52 anos. Nome do negócio? Não preciso nem dizer, né!?
Imagine que você seja proprietário de um restaurante, e receba a visita de um sujeito de 50 anos, na porta de seu negócio, querendo lhe vender máquinas de milk-shake. Esse sujeito diz, ainda, que trabalha com isso desde os 37 anos de idade. Qual seria suas impressões desse sujeito? Você pensa: “coitado, 50 anos nas costas e não conseguiu nada melhor do que ficar zanzando pelos restaurantes atrás de clientes… eu é que não compro essa máquina!”
Melhor ainda: e se você estivesse vivendo na pele desse cara? Imagine-se como vendedor porta-a-porta de 52 anos. Como você imagina seu futuro? Será que você terá dinheiro suficiente para a aposentadoria? Conseguirei assistir Animal Planet com meus queridos netos?
Ray Kroc era um vendedor de máquinas de milk-shake, mas ele, ao contrário da esmagadora maioria dos autônomos de meia-idade, não pensava, a essa altura do campeonato, em aposentadoria. Sua mente borbulhava, efervescia, queimava, pornovas ideias:
“Em 1954, intrigado pelo volume de pedidos que recebera de uma lanchonete em São Bernardino, no estado da Califórnia, Ray resolveu visitá-la. O restaurante, onde os irmãos Maurice e Richard McDonald serviam refeições rápidas, vivia lotado.
Na mesma hora em que viu o lugar, Ray começou a imaginar uma rede de lanchonetes identificada por arcos dourados (tudo começa com uma ideia, e a de Kroc eclodiu quando ele tinha mais de 50 anos de idade, minha gente!).
Os irmãos estavam insatisfeitos com o negócio, pois tiravam pouco dinheiro e tinham obtido baixo resultado em duas experiências com franquias. Após tanta insistência, Kroc conseguiu um acordo.
Eles concordaram com a ideia dos clientes fazerem as encomendas e receber as refeições em menos de um minuto e deram a ele os direitos de exclusividade para vender o método McDonald’s.
Ray abriu a própria loja, em abril de 1955, no subúrbio de Chicago, fazendo do restaurante uma vitrine para a venda de franquias em todo o país, com a eficiência no atendimento e limpeza do local”.
O resto é história.
Aliás, histórias de pessoas que começam (eu disse começam) negócios de sucesso na dita “melhor idade” é o que não faltam. Harland Sanders começou a rede de lanchonetes KFC aos 65 anos, idade em que muita gente pensa em “pendurar as chuteiras”. No Brasil, o engenheiro naval Eduardo Figueiredo resolveu sair da condição de empregado (executivo de grandes empresas) para galgar a de empresário (dono de seu próprio negócio) na marca dos 68 anos de idade, ao fundar a Orbys, empresa especializada em tecnologia de materiais.
Conclusão
(Imagem via Free Digital Photos)
Você não precisa ser melhor do que ninguém para ter sucesso em sua vida. Tire da cabeça essa ideia maluca de ficar se comparando aos outros. Cada pessoa tem uma história diferente, e, portanto, metas diferentes a conquistar na vida.
As histórias contadas nesse texto mostram que nunca é tarde demais para começar um negócio próprio, ser aprovado num concurso público de altíssimo nível, vencer maratonas, ou mudar de carreira. E, para conquistar seus objetivos, sejam eles quais forem, você não precisa olhar para os outros e se lamentar por não ter começado antes, e nem tentar ser melhor que os outros.
O que você precisa é ser campeão de sua própria vida. O Renato de hoje tem que ser melhor do que o Renato de ontem. E o Renato de amanhã tem que ser melhor que o Renato de hoje. A Lívia de hoje tem que ser melhor que a Lívia de ontem. E a Lívia de amanhã tem que ser melhor do que a Lívia de hoje.
Se você não achou nada que lhe satisfaça até os 30, até os 40, até os 50, até os 60, até os 70, até os 80, até os 90, ou até os 100 anos, não tem problema. Continue procurando. Uma hora você vai encontrar. E, no momento em que encontrar, não tenha vergonha de ir atrás daquilo que deseja. Danem-se os julgamentos alheios. Você tem que buscar aquilo que é bom para você, o que funciona para você, para satisfazer você, e não para satisfazer aos outros. Como bem disse Steve Jobs, no artigo “Siga seu coração e não se acomode em um caminho que é inconsistente com o que você sente que é seu destino verdadeiro” – Steve Jobs (1955-2011),
“Às vezes a vida te bate com um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez continuar foi que eu amava o que eu fazia. Você precisa encontrar o que você ama. E isso vale para o seu trabalho e para seus amores. Seu trabalho irá tomar uma grande parte da sua vida e o único meio de ficar satisfeito é fazer o que você acredita ser um grande trabalho. E o único meio de se fazer um grande trabalho é amando o que você faz. Caso você ainda não tenha encontrado [o que gosta de fazer], continue procurando. Não pare. Do mesmo modo como todos os problemas do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer relacionamento longo, só fica melhor e melhor ao longo dos anos. Por isso, continue procurando até encontrar, não pare” – discurso durante formatura em Stanford, 2005
Não importa se a guinada que você pretenda dar em sua vida ocorra aos 35, 45, 55, 65, 75, 85, 95 ou 105 anos de idade. Nunca é tarde para realizar seus verdadeiros sonhos, os seus sonhos, e não os sonhos dos outros.
Você tem que começar. E, uma vez iniciado, não pare. Um dia você vai encontrar. E realizar. E deslanchar. E brilhar.
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